O que é Neuroarquitetura?

O que é Neuroarquitetura?

A Neuroarquitetura surgiu a partir de estudos do neurocientista Fred Gage e do arquiteto John Paul Eberhard sobre o impacto dos ambientes no comportamento e no bem estar das pessoas. O conceito pode ser definido como qualquer ambiente construído que foi projetado seguindo princípios vindos da neurociência, ajudando a criar espaços que beneficiam a memória, melhoram a capacidade cognitiva e estimulação mental, evitando simultaneamente o estresse.

Entender os princípios da neurociência pode ajudar a projetar ambientes construídos com o objetivo de melhorar a orientação espacial, fortalecer as capacidades cognitivas e facilitar emoções positivas. Abaixo, você confira uma lista a ser considerar quando em seu projeto:

Iluminação:

A luz solar é fundamental para a regulação dos sistemas imunológico e impacta o funcionamento dos ritmos circadianos ao longo do dia. Quando não temos contato adequado com a luz, podem ocorrer problemas como alterações no ciclo vigília-sono, fadiga, falta de concentração, depressão, estresse entre outros. Por isso, um ambiente bem iluminado é essencial.

Altura do teto:

Um estudo da Universidade de Minnesota aponta que a altura do teto afeta as habilidades e o comportamento, induzindo diferentes tipos de processamento mental. Isso porque, a altura do teto estimula o pensamento conceitual e ativa uma sensação de liberdade e imaginação. Enquanto que os espaços de teto baixo melhoram a concentração e ativam um tipo de pensamento que é mais concreto, focado e orientado para os detalhes. Interessante, não é mesmo?

Aposte em uma estrutura de pé direito alto para trazer a sensação de liberdade e imaginação

Ruído:

O barulho no escritório e home office é uma das principais causas de distração, diminuindo a eficiência, aumentando o estresse e a insatisfação profissional. O estresse induzido pelo ruído pode levar à liberação de cortisol, um hormônio que ajuda o corpo a restaurar a homeostase após uma experiência negativa. O cortisol em excesso afeta o processamento emocional, o aprendizado, o raciocínio e o controle dos impulsos, alterando a capacidade de pensar com clareza e reter informações. Por isso, pensar em materiais que isolem acusticamente os ambientes como lã de vidro e piso vinílico, por exemplo, poderá fazer a diferença no seu projeto.

Em ambientes corporativos, aposte em materiais de isolamento acústico, como lã de vidro para o teto, e considere para as paredes e divisórias: o piso vinílico, vidro duplo ou laminado.

Contato visual:

De acordo com pesquisa realizada na Universidade de Londres, o contato visual é a base das conexões humanas tanto biológica quanto culturalmente. Ver outras pessoas ativa os “neurônios-espelho”, fundamentais para a socialização, que reagem com maior intensidade durante o contato presencial. Olharmos uns para os outros nos permite obter feedback de nossos interlocutores. Funciona também para sinalizar sincronicidade, ajudando a interpretar a disposição das outras pessoas. Então quando se fala em ambientes corporativos, é interessante sempre pensar em espaços sociais para trabalhar a motivação da equipe que ali irá ficar.

O contato visual é a base das conexões humanas tanto biológica quanto culturalmente, fundamentais para a socialização.

Dica: a distribuição espacial dos móveis e equipamentos podem impactar na possibilidade de contato visual, maximizando ou minimizando as oportunidades de inter-relação e socialização entre as pessoas. 

Portanto, na neuroarquitetura percebe-se que cada detalhe importa para atingir o objetivo de trazer um ambiente mais leve e convidativo. E para você, qual o detalhe que mais importa? Deixe pra gente nos comentários!